A despeito da heterogeneidade das populações migrantes recebidas no Brasil, os homens compõem maior parte de algumas populações recebidas em nosso páis a exemplo das pessoas migrantes do Haiti. Uma vez em território nacional, os homens migrantes de diferentes nacionalidades tem a possibilidade de serem atendidos em saúde pelo Sistema Único de Saúde. Entretanto, pouco se sabe sobre a saúde da população masculina migrante em especial sobre os homens haitianos. A literatura demonstra que as questões de gênero semelhante ao que ocorre com os homens brasileiros, é fator importante na maior exposição a agravos relacionados à saúde sexual e reprodutiva também entre os homens haitianos. As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e o HIV /aids, são percebidos de maneiras distintas pela população haitiana. Há na experiência do diagnóstico e do tratamento do HIV/aids, aspectos que podem envolver do místico a formas de cuidado extremamente diferentes das biomédicas. Nesse sentido, a pesquisa tem por objetivo explorar estratégias de cuidados transmitidas culturalmente até adaptações de cuidados biomédicos (auto atenção), adotadas por homens migrantes do Haiti no cuidado da saúde sexual e reprodutiva com foco nas ISTs e HIV/aids. Desde março de 2024, o pesquisador tem realizado uma etnografia multilocal em dois espaços : uma comunidade e uma ocupação do MTST situadas na cidade de Santo André no ABC Paulista. Em ambos os espaços transitam homens haitianos de diferentes idades e experiências. O trabalho de campo no momento tem focado na observação participante e em entrevistas em profundidade que buscam extrair à experiência com o cuidado em saúde. Espera-se que os resultados obtidos possam contribuir no campo da saúde coletiva e na saúde do homem migrante.
Membros: Wilson Nascimento Almeida Júnior ; Denise Martin